Comunhão

Há sabedoria em dividir e se deixar amar. E eu não precisei consultar gurus, apenas fiquei em braços que apontaram um caminho para dentro de mim. Uma estrada que paralelamente à florida transpassava minha humanidade. Ser gente é desafio que requer esmero. Cuidado que apenas orações sensíveis e minimamente atentos podem tocar. Gosto de cuidado. Meu grito de liberdade é exatamente este: ser tão minha sendo de alguém. Aceito-me. Selo comigo o compromisso. Limites. Delimitações. Espaços. Vazios transbordantes de essências raras.

Acordar hoje foi decidir-me não permitir nada diferente da alegria, ainda que apenas aquela possível. Possibilidades são caminhos, sem atalhos e retornos, com seta para o infinito. Tudo. Pleno. Infinito: nossa vocação por hora delimitada pelo corpo, lembrada pela alma. O que ainda não sou já sendo. Tenho redescoberto a existência da comunhão. Lugar comum. Encontro. Transformação. Tenho me apaixonado de novo pelas mãos dadas, pelos corações próximos, pelo tempo partilhado. Há algo meu aí contigo. Por isso, se não for pedir demais, permita-me achar meu eu que está em ti.


Rafaelle Melo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dor de ser.

De apaixonamento...

Aprender a liberdade